segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Aditivos

Já te perguntastes, alguma vez em tua estrada, quem és?
Pois te digo, meu caro, que tu és eu, assim como eu sou tu.
Juntos, somos nós, somos eles, e somos mais do que se pode ter em sucessões pronominais.


De quantos pessoais tu és feito?
De seis, de dezesseis, de mais do que números arábicos contabilizam.
Somos mais do que imaginamos; mais do lemos; mais do vemos.
Sejamos um, sejamos dois, sejamos três.
Sejamos plural.
Seja tudo o que quiser ser, sem se preocupar em sê-lo, fatalmente.


“To be or not to be?”
Não mais uma pergunta, e sim, uma constatação:
To be & not to be;
quando melhor te convir.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Apetites.

Sinto-me bem rodeado por livros. Sinto que Eles têm uma alma própria, que nenhum ser consegue possuir. Têm uma áurea, formada pelas entrelinhas, que só os livros e suas numeráveis páginas alcançam. Há vezes em que apenas, e somente, Eles me confortam e fazem-me prontos para enfrentar aquilo que não está contido neles, e sim, na minha vida factual.
Contudo, pego-me pensando, em vários momentos de reflexões, na utilidade real desses seres inanimados.
Acredito que as pessoas e os livros estejam presos a uma ciclo. Um ciclo, no qual um leva ao outro, da seguinte forma: quanto mais leio, mais sei de histórias belíssimas, mais imagino cenários e paisagens só meus, mais vivo outras vidas, em outros mundos.
Quanto mais leio, mais vontade tenho de pôr em prática, da minha maneira, tudo aquilo que li.
Meu apetite por gente aumenta.
E quanto mais faço e vivo, mais vontade tenho de voltar aos meus micro-cosmos escritos e particulares, para que, lá, eu possa fazer tudo o que quiser, mesmo; sem as restrições e limites chatos da realidade.
E vice-versa.
E é por essa e por outras que eu não abro nem de um, nem de outro: são as minhas funções vitais mais essenciais.
E vice-versa.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

As Palavras e Seus Artefatos.

“Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas.”
(Luís F. Veríssimo)

Confesso, com todas as Letras que, ao contrário do nosso subseqüente homenageado autor, eu tenho SAG. Sim, ora: Submissão Aguda à Gramática. Tenho que certeza de que muitos de vocês, apenas pelo fato de já estarem acá, lendo isto que os afronta, também sofrem desse mal. Digo mal, pois já sofri muito preconceito pelo mesmo, sim.
Negligenciando a moral puritana e os bons costumes europeus, entrego-me de corpo, alma e coração às palavras e suas tão sedutoras sílabas meta fônicas, sem o menor pudor ou vergonha de fazê-lo. Deixo que use, abuse e desuse de mim, a hora que quiser, o quanto quiser. Põe-me noites em claro, tardes a dormir, ignorando qualquer compromisso ou força maior que possa existir.
As palavras e seus artefatos.
São elas, e eles, o meu gigolô interesseiro e materialista. Sem coração e prático. Aqueles que me desviam do discutível bom caminho, e põem-me na melancolia das poesias ultraRomânticas. São o que me pega desprevenido, num Domingo chuvoso, e fazem-me correr pelas linhas, feito louco, gargalhando dos cômicos e irônicos versos que, ‘Modernisticamente’, inventei.
Contudo, não tenho do que me queixar. Afinal, aceitei-me, assim, desde a primeira letra que desenhei: a partir desse momento, amarrei-me à escrita falada, e a oralidade escrita; e assim, sou feliz.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Lirismos & (em) Prosa.

"Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados

O lirismo difícil e pungente dos bêbedos

O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. "

(Manuel Bandeira)


Quero tudo isso e muito mais.

Quero o lirismo puritano, beato, católico, quando dele precisar.
Quero o lirismo dos transviados, desvairados e mal organizados, quando ele, de mim, precisar.

Quero prosas em versos, e poesias corridas, com parágrafos.
Quero novas modalidades de escrita, de fala, de vida.
Quero leituras de trás para frente, de cima para baixo, daí pra cá, daqui pra lá.

Quero arte, muita arte.

Arte no papel, arte nos olhos, arte na boca.
Arte em telas, em corações de estudantes e mentes experientes.
Artes que me prendam a si, e façam-me gastar horas, dias e segundos tão valiosos quanto.

Quero o tudo do nada, e o nada do tudo.
Quero(-te) de A a Z.

Quero isso tudo e todo, e muito, muito mais.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Paixões & Amores 1.0

Sempre nutri grande admiração pelo Jornalismo e seus representantes. Em meio a tantos advogados, médicos e engenheiros, tive sempre um olhar mais amigável pelos ‘loucos’, que, segundo muitos, morrerão de fome, cedo ou tarde. Talvez seja pelos pré-requisitos necessários para tornar-se um jornalista de sucesso, que, definitivamente, não são poucos. Talvez seja, apenas, por encaixar-me, propositalmente, em meio a todos os ambientes e situações enfrentados por esses verdadeiros heróis. Situações, na maioria esmagadora das vezes, complexas e pouco confortáveis, física e moralmente.

Heróis, sim; pois é por meio deles que se sabe sobre tudo, de todos; das maneiras mais ecléticas possíveis: desde o mais irreverente ao mais melancólico. Indo de Arnaldo Jabor a William Wack, do sádico e irônico ao alinhado e aliado às boas maneiras, vejo que a imparcialidade, nessa área, é algo, terminantemente, desumano para com seus componentes.

Perdoem-me todos os jornalistas, universitários, ou aspirantes aos mesmos; mas, de fato, creio que seja impossível não deixar respingar uma pitada de sal ou de açúcar próprios, tão bem representados por palavras. E digo mais: sem as particularidades dos mesmos, as verdadeiras obras primas que (re)produzem ficariam um tanto quanto insípidas. Gosto de ler, nas entrelinhas ou nem tanto, um toque de opinião própria e originalidade sobre o que se discute.

Tudo, bem; tudo bem. Depois dessa verdadeira declaração de amor pela carreira, pensará que pretendo seguir a carreira, não é? Pois bem, venho a informá-lo do seguinte: meu amor pela respectiva Profissão é digno de um casal em Bodas de Diamante. Já minha paixão pela carreira é tão estável quanto uma de adolescentes recém-chocados à vida.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Por onde começar?

Enfim, fiz meu primeiro (e único, espero eu) Blog!
Desde que li a definição do que esse seria, aos meus 13 anos, sempre tive vontade de tê-lo: imagine só! Um diário on-line!
Depois de tempos, cheguei a achá-lo ridículo e passei a encará-lo como uma 'Capricho' virtual.

Bláh!

Mas, depois de muito fazer uso de Fotolog e agregados como fonte de descarrego de meus surtos de inspiração, concluí que NECESSITAVA de uma válvula de escape ("Olha a redundância!") para meus filhos manuscritos.
Um dos meus medos é acabar por converter esse 'negócio' em uma sessão de terapia, na qual eu seria o egocêntrico paciente e, vocês, meus prezados leitores, os renomados psicólogos.
Na verdade, além das razões citadas acima, criei-o para transgredir a todas as regras estruturais e conteudistas, das quais sou privado, nas minhas dissertações. Vou, sim, usar a 1ª Pessoa do Singular, com direito ao seu respectivo Pronome Pessoal Reto, em caixa alta; usarei incontáveis 'mas', 'e' e 'pois' em inícios de períodos e frases, além de entupir meus textos com ambigüidades e redundâncias -vire-se você para desvendá-las-; e todas os outros motivos para ganhar um belo círculo vermelho, seguido de uma observação categórica, na minha organizada folha de Redação.
Afinal, para que mais serve um Blog, mas para armazenar e tornar públicos todos os nossos anseios, medos, vontades, desgostos, ódios, e amores?
Dito isso, sente-se no divã, da maneira que bem entender, e prepare-se: a relativização vai começar.