domingo, 8 de junho de 2008

Final nem tão feliz

Poucos assim o vêem, mas escrever pra si própria pode ser o melhor reflexo, e o mais fiel retrato daquilo que se sente. Sem esperar a aprovação de terceiros, ou os elogios de quartos, expressar como se é, de fato, sem nada em troca, é a melhor forma de se conhecer melhor, de ver as mudanças pelas quais passamos e o que elas causaram na gente. Venho reparado, em minhas últimas hemorragias verbais, que a dificuldade de terminar aquilo que se começa vem se fazendo presente. Não que haja um bloqueio repentino, ao concluir um texto ou uma idéia, mas há sempre o mesmo final. Como uma novela, a mensagem passada ao fim é quase sempre a mesma, no meu caso: deve-se esquecer da racionalidade, e se entregar às emoções. Refleti bastante, então... Será que essa freqüência no final seria um indício? Um sinal de que quem escreve é aquele que mais precisa seguir seu próprio conselho? Tenho quase certeza de que sim.

Quando se diz pra seguir o que falamos, mas não o que fazemos, se está pondo em prática uma das maiores dificuldades das pessoas: fazer, de fato, o que se pensa ser certo. Concluir textos pode ser fácil, mas pôr em prática aquilo que se escreve já são outros quinhentos.

Falando em finais, mudo o meu de quase sempre: em vez de ficar pensando em como acabar um texto, pensemos mais em como estamos concluindo as nossas reflexões e o bom ou mau uso delas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se nossas conclusões são, na verdade, conselhos para nós mesmos, vou passar a prestar mais atenção aos meus textos. ;)
Gostei muito. Ainda não tinha pensado nisso.