sexta-feira, 6 de junho de 2008

Olho Vivo

Cansei de falar do amor. Não somente do meu, mas dos nossos, afinal, tudo que se sente é, inevitavelmente, percebido pelos outros. Considero-me um perito nessa questão. Absorvo os sentires alheios como se meus fossem, sem a menor cerimônia ou receio, e é esse, provavelmente, o problema.

Quando se é munido desse verdadeiro talento e carma, ao mesmo tempo, pode se estar suscetível a verdadeiros bombardeios de sentimentos. Não só meus, mas de todos, como disse. Mas creio ser esse não um problema de fato, apenas uma condição para que se possa ser do jeito que se é, assim: sentimental.

Entretanto, ter intenso contato com os amores de outros não garante, de forma alguma, que vá se ter a mesma conduta e experiência quando se trata dos seus sentimentos. Complica a situação, pois se encontra não mais na platéia, mas no foco dos holofotes, com a corda no pescoço e com as asas do coração preparadas a voar.

Nesse caso, não há análise que resolva, nem matemática que defina. Não há outras saídas, a não ser arrancar essa corda, abrir os braços e deixar-se ir. Para que se prender a fatos e dados, afinal? O prazer que se tem quando fazemos o que a cabeça desaprova, mas o coração aplaude, vale muito mais do que qualquer conclusão sentimental que se possa obter.

Um comentário:

Mariana disse...

muito bem, pequenininho. eu sou exatamente assim. mas de caetano já virou quase um clichê: dor e delícia. =)