Nada parecia fazer sentido. Aquilo que, um dia, me deixava extasiada de felicidade, hoje, apenas faz lembrar-me de como era bom gargalhar do mais estúpido. Sabe aquela sensação única de calma, serenidade, mesmo quando nem tudo a nosso redor está às mil maravilhas? Não sabia mais onde achar. Vida profissional? Fiz pós-graduação em “empregos desestimulantes”, e mestrado
quinta-feira, 27 de março de 2008
Marrom no Branco
domingo, 16 de março de 2008
Conexões
Nove meses de espera e, quando nascemos, o fazemos com um estridente choro inaugural. Sábio para um recém-nascido, afinal, já começa praticando algo que fará muitas outras vezes.
Estar vivo e ativo é, inquestionavelmente, uma porrada (sic) atrás de outra, com eventuais tombos e bombas, ao longo do caminho. Ao virmos ao mundo, parece que nos atiramos em um longo e infinito campo minado, recheado por armadilhas e arapucas. Dentre essas, uma das mais comuns é conviver com expectativas. Antes das más interpretações, disserto: lá estão elas, sempre, a todo tempo, dispostas aos montes. As expectativas são, de fato, atraentes como um pote de doces a uma criança, uma certeza a um adolescente, ou a felicidade eterna, ao adulto. Porém, diferentemente de suas comparações, as expectativas podem ser muito mais traiçoeiras do que simples balas e chocolates, moleque.
Sem elas, não há como evoluir. É elementar, básico, quase matemático. Sem elas, não se move, não se escolhe, não se acerta nem se erra. Em síntese, não se vive, apenas existe, como um peso de papel, ou como uma pedra, em meio ao nada. São essenciais, portanto, para quem quer fazer de suas férias nesse campo de batalha, que é o viver, algo útil e memorável.
Com elas, entregamo-nos a um outro infinito, mais colorido, cheiroso, tátil. Quase encantado. Há mil e uma possibilidades, todas realizáveis e perfeitamente possíveis de tornarem-se reais. Uma delícia! Mas, ao fazer o que se deve, é recomendado –e necessário- precaução.
Cuidado, sim, pois se é envolvido por todo um universo paralelo de fantasias e múltiplas-escolhas (sem ter que marcar um xis sequer; pelos menos no começo), e se perde por dentro dele, não realizando o que era pra ser efetivado. Viajamos e viajamos no que pode ser, no que poderia ser, sem nos concentrar no que será, de fato, sem hipóteses, sem ‘se’ e ‘caso’. E, quando a realidade nos puxa, com toda a sua força já por nós conhecida, levamos um bom tabefe na cara, como uma injeção de cafeína pura: acorda!
Eis mais uma questão sem conclusão; mais um prato sem receita; mais uma interrogação, sem ponto final, mas rebatida com outra pergunta. Independentemente de todas as conversas de botequim, todas as convenções e conferências da Filosofia, não se confeccionou, ainda, uma resposta objetiva à pergunta que não se quer calar, e que cala todos: usar ou não da vasta disponibilidade de expectativas no nosso próprio mercado imaginário? Sem baboseiras inconseqüentes de “se atire como se fosse num precipício, sem olhar pra trás” e agregados, cheguei à seguinte conclusão: como filhos, nossas expectativas são surpreendentes e devastadoras. Se não tê-las, como sabê-las? E eu, particularmente, não me atrevo em não as ter.
terça-feira, 11 de março de 2008
Sem Querer
Não exijo demais.
Na minha inconfortavelmente deliciosa condição de apaixonado, apenas me contento com o pouco, que me dás, que se transforma em o suficiente, pra mim. Por mais torturante que seja, me contenho com o que sinto. Com o que imagino. Com o que vejo.
Sinto meus olhos nos seus. Vejo meus pensamentos
Sou, também e principalmente, louco por você.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Pura Biologia?
Sentir, sentir, sentir. Não importa quantas vezes se escreva, quantas vezes se fale, ou quantas vezes o tenhamos; vai ser sempre um elemento presente dentro de nós, reconhecível ou não. O pior é quando se reconhece uma emoção, e essa, por sua vez, é definitivamente patética. Sem querer ofender aquilo de mais preciso que temos, mas, algumas vezes, vemo-nos bobos, infantis, estúpidos, por estarmos em determinada situação, mesmo quando se tem a capacidade de racionalizar os fatos, e comprovar o quão sem-sentido é o nosso estado.
E agora, cowboy? Depois de muitas tentativas, acho que não há o que se fazer. Simples assim, sim: por mais que se pense, por mais que se esforce, um sentimento só é superado por outro, semelhante ou oposto. A razão, em casos de coração, nada mais é do que o resultado inútil, de um impotente bolo de neurônios.
sábado, 1 de março de 2008
Sensatez Moderna
Uma manhã úmida, um corpo quente, travesseiros brancos.
Acordou quase enforcada pelo próprio lençol, com um braço dormente. Num impulso, ergueu seu corpo e sentou-se, fazendo as molas pularem.
Disse: “É hoje. Hoje!”
Pensou em todos os benefícios que seu ânimo matinal traria.
Reconheceu, além desses outros, os prós, contras, e o necessário para fazê-lo.
Recolheu forças pra pôr os pés sobre o frio chão adormecido.
E, depois de tanta relutância, voltou a se deitar.
Afinal, trocar a realidade por sonhos e pesadelos, às vezes, é o melhor a se fazer.
Ludicamente racional.