quinta-feira, 27 de março de 2008

Marrom no Branco

Nada parecia fazer sentido. Aquilo que, um dia, me deixava extasiada de felicidade, hoje, apenas faz lembrar-me de como era bom gargalhar do mais estúpido. Sabe aquela sensação única de calma, serenidade, mesmo quando nem tudo a nosso redor está às mil maravilhas? Não sabia mais onde achar. Vida profissional? Fiz pós-graduação em “empregos desestimulantes”, e mestrado em fracasso. Vida Amorosa? De que merda de amor se fala? Um amor repleto de egoísmos, de defeitos, de obstáculos que se multiplicam a cada superação? É esse o tal do amor tão declamado, cantada e perseguido? Prefiro ficar vazia, então. Preparava, calmamente, seu diário chocolate quente, como alguém que assiste à morte de seu maior inimigo: fria e meticulosamente. Encarava o desmanchar do creme, em meio a tanto leite e chocolate, como a sua própria vida: se esvaindo e fragmentando, por entre um espaço de onde não se pode fugir. Olhar ao redor? Procurar por saídas? Inútil. Lúdico. Tolo, com exceção de uma alternativa: agarrar nos milhões de diferentes grãos de chocolate, e tentar o nunca antes experimentado. Arriscar em favor de pequenas oportunidades de salvação, mesmo que não se tenha a menor perspectiva de sucesso. É isso! Não é? Bom, pelo menos, eu espero que seja. Só me falta, agora, encontrar os grãos de chocolate por fora do bule. Difíceis de ver, sim, mas unicamente doces quando encontrados. E eu quero os meus de volta. Hoje, e sempre.

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