terça-feira, 2 de novembro de 2010

Monólogo de Dois - Parte XXXVII

Não sei se é por causa do meu signo ser o de Leão. Não sei se é pelo minha personalidade. Não sei se é pelo fato de que eu sou um ser humano – apesar de, às vezes, mais parecer uma mula, de tão irracional-. Vai ver que é coisa de mulher. Vai ver não é nada visível. A questão? Simples, mas complexa: todos nós temos objetivos na vida. Criamos um atrás do outro, nos mais diversos caminhos e setores da nossa vida. No profissional, queremos promoção. No amoroso, queremos redenção. No pessoal, queremos atenção. E essas coisas todas que sempre queremos parecem, na maioria dos casos, estar bem distantes do que nossas mãos podem tocar, no olhos, ver, e nosso coração, internalizar. Nesse sentido, nesse caminho, andamos, atrás delas, sem saber ao certo se estamos indo pela direção correta. Sem saber se estamos indo, na verdade, a canto algum. Vamos reto, com algumas curvas e um objetivo fixo: conquistar aquele objetivo. Mas e quando conseguimos?

E quando, depois de tanto esforço depositado, tanta energia empenhada, a gente consegue o que queria, como boa e clássica criança mimada que consegue o seu pônei de aniversário? Às vezes, o mais angustiante acontece: vemos que, depois de tudo e todos, aquilo que a gente tanto buscou não era. Não era o que achávamos ser. Não é suficiente para nós, eternos insatisfeitos.

Alguns dizem: ótimo, então! Tem, agora mais um incentivo para continuar evoluindo. Evoluindo, ok. Mas evoluindo pra quê? Por quem? E, o mais abstrato, até aonde? Sim, porque, na vida, somos inclinados e criados de modo a sempre buscar melhorar o pior. Mas quem disse que o diferente é, realmente, melhor? Diante disso, por que raios eu devo continuar a seguir?

Simples, mas complexo: a gente segue por instinto, só pode. Somos mulas e/ou seres humanos, animais condicionados a sempre ir, mesmo que voltando. Devemos sempre olhar pra frente, mesmo retificando um caminho inadequado e dando marcha à ré.

O mais difícil nisso tudo não é chegar ao objetivo. Isso, com o tempo de vida, fica até fácil, decorado e ensaiado. O pior é perceber que aquilo não era pra ser como tem sido. O mais agonizante é constatar que, infelizmente, aportamos no país errado. Pousamos na pista trocada.

É hora de ir pra outro lugar. É momento de, aí sim, usar toda a força que um dia nunca se pensou em ter. Criar a chamada coragem, duplicá-la e reaplicá-la no nosso próximo objetivo. No próximo intuito.

Afinal, somo seres errantes, gritantes e nômades nas nossas próprias vidas. Mesmo que, por vezes, as nossas vidas se cruzem com a de outros, nada garante que ficarão sempre em transversal. É necessário ser Homem, com letra maisúscula, pra continuar seguindo. Sem saber ao certo pra onde ou por quê. Mas sempre tendo em mente que, quem sabe, vai valer a pena.

E isso basta.

Tem de bastar.

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