sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Monólogo de Dois - Parte XII

Tava conversando outro dia desses com uma amigona minha, contando pra ela das minhas neuroses de relacionamentos e das minhas psicoses sobre meus sentimentos e sobre a vida mesmo, e ela me disse que eu tava dramatizando demais as situações, aquilo que foi dito e o que não foi dito. E me disse também, logo depois dessa parte, que, se não fosse dramatizado, não seria eu, né? Exatamente isso! Se não tivesse drama, exageros, exacerbações, passadas dos limites, realmente, não seria eu mesma, mesmo. E desde quando isso é um problema?

Uma atitude que me deixa muito descontente com a raça humana é quando alguém me chama de emotiva demais. Normalmente, eu veria isso como um elogio, daria um baita sorriso e agradeceria, não é mesmo? Pois bem: fui descobrindo que, pra muitos, isso não é algo a ser elogiado, mas a ser corrigido e consertado. Desde quando a gente passou a reprovar expressões sentimentais? Desde quando a gente passou a condenar o exagero, o que vai além? Preferimos, então, o normal? O meio-termo? O controlado? Que vão todos à merda! Eu não me contento com médio, odeio gente em cima do muro, gente meio-termo me dá pena. Pena deles. Pena daqueles que não podem atingir os seus máximos, os seus picos, os seus ultrapassáveis!

Me chamam, às vezes, de Drama Queen. Drama Queen? Muito obrigada, pessoas que disse me chamam. Fico muito honrada pelo elogio. Sim, e-lo-gio. É óbvio, também, que não dá pra construir uma vida em dramas eternos e viagens completamente fora da realidade, mas eu decidi que a minha, a minha, vida vai ser traçada mais em corações do que em cérebros e seus neurônios nojentos. Mais em Literaturas surpreendentes do que em Matemáticas exatas e previsíveis. Mais em banhos de chuva no meio da rua de um verão que queima, do que em cinemas com os sempre jantares posteriores.

Não me envergonho em ser exagerada. Em ser expressiva demais. Fico triste, sim, quando não sou correspondida à altura do que eu me dou. Mas não condeno aqueles que são mais acanhados em amores e paixões, não. Até tento entender o porquê de essas pessoas, na maioria das vezes, não conseguirem aproveitar tudo que dois seres humanos juntos podem construir. Tenho, sim, esperança de que essas possam, um belo dia, ver como é maravilhoso perder a linha, esquecer que se pode ser ridículo ou não, deixar de lado o medo da vergonha e o medo de ter medo, e, porra, aproveitar o melhor que temos nessa vida: as emoções. Muitas emoções.

Um comentário:

Anônimo disse...

FODA.