segunda-feira, 13 de agosto de 2007

As Palavras e Seus Artefatos.

“Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas.”
(Luís F. Veríssimo)

Confesso, com todas as Letras que, ao contrário do nosso subseqüente homenageado autor, eu tenho SAG. Sim, ora: Submissão Aguda à Gramática. Tenho que certeza de que muitos de vocês, apenas pelo fato de já estarem acá, lendo isto que os afronta, também sofrem desse mal. Digo mal, pois já sofri muito preconceito pelo mesmo, sim.
Negligenciando a moral puritana e os bons costumes europeus, entrego-me de corpo, alma e coração às palavras e suas tão sedutoras sílabas meta fônicas, sem o menor pudor ou vergonha de fazê-lo. Deixo que use, abuse e desuse de mim, a hora que quiser, o quanto quiser. Põe-me noites em claro, tardes a dormir, ignorando qualquer compromisso ou força maior que possa existir.
As palavras e seus artefatos.
São elas, e eles, o meu gigolô interesseiro e materialista. Sem coração e prático. Aqueles que me desviam do discutível bom caminho, e põem-me na melancolia das poesias ultraRomânticas. São o que me pega desprevenido, num Domingo chuvoso, e fazem-me correr pelas linhas, feito louco, gargalhando dos cômicos e irônicos versos que, ‘Modernisticamente’, inventei.
Contudo, não tenho do que me queixar. Afinal, aceitei-me, assim, desde a primeira letra que desenhei: a partir desse momento, amarrei-me à escrita falada, e a oralidade escrita; e assim, sou feliz.

3 comentários:

Lilian Kerbel disse...

Eu tô aqui lendo teu blog e pensando: tenho que "estudar" redação. Escrever mais.

Belos textos Zé!!


PS: Procura nos comentários anteriores que tem um meu perdido por aí!

Beijão!

Bruno disse...

A palavra 'intertexto' ficou gritando qd terminei d ler. Impossível n fzr um link com o post de baixo.

Amélia Losada disse...

Eu que o diga...

Até meus bilhetinhos são alvo de suas correções!

Minha diversão! ;)

Fantástico, Zé, como sempre!

:*