segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Apetites.

Sinto-me bem rodeado por livros. Sinto que Eles têm uma alma própria, que nenhum ser consegue possuir. Têm uma áurea, formada pelas entrelinhas, que só os livros e suas numeráveis páginas alcançam. Há vezes em que apenas, e somente, Eles me confortam e fazem-me prontos para enfrentar aquilo que não está contido neles, e sim, na minha vida factual.
Contudo, pego-me pensando, em vários momentos de reflexões, na utilidade real desses seres inanimados.
Acredito que as pessoas e os livros estejam presos a uma ciclo. Um ciclo, no qual um leva ao outro, da seguinte forma: quanto mais leio, mais sei de histórias belíssimas, mais imagino cenários e paisagens só meus, mais vivo outras vidas, em outros mundos.
Quanto mais leio, mais vontade tenho de pôr em prática, da minha maneira, tudo aquilo que li.
Meu apetite por gente aumenta.
E quanto mais faço e vivo, mais vontade tenho de voltar aos meus micro-cosmos escritos e particulares, para que, lá, eu possa fazer tudo o que quiser, mesmo; sem as restrições e limites chatos da realidade.
E vice-versa.
E é por essa e por outras que eu não abro nem de um, nem de outro: são as minhas funções vitais mais essenciais.
E vice-versa.

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