quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Monólogo de Dois - Parte VIII

Resolvi resolver minhas resoluções. Não de uma vez por todas, evidente, mas ao longo do tempo em que elas fizerem sentido. E, não, isso não é porque o ano novo está chegando, até porque eu não acredito nessas baboseiras supersticiosas. Tá, tudo bem, eu acredito um pouquinho, sim, mas não ao ponto de me molhar toda, inclusive encharcar o meu futuro caríssimo vestido de ano novo, só pra pular sete ondas, ou doze, não sei agora, pra tal da Iemanjá. (Tal? Perdão, oh, imaculada Iemanjá! Não tinha a intenção de ofender Vossa.. Hum.. santidade?)

Voltando às minhas resoluções, decidi ser decidida, mesmo que nem sempre, e mesmo que nem tão certa assim.

Decidi, também, por sempre pensar naquilo e naqueles que me deixam feliz, e conservá-los acima de tudo e de todos. Pode até soar como egoísmo, mas, se nós mesmas não tomarmos conta de nós mesmos, quem vai tomar? Mamãe, a essa altura da vida, queridinha, já largou de mão faz tempo, né? Acho que um pouco de individualidade, e, sim, Priscila, individualismo sempre são necessários.

Decidi, também, que vou deixar minhas racionalidades um pouco de lado. Não vou ignorá-las completamente, óbvio, (até porque de que me serviria ter me ferrado toda nessa vida, se eu não aprendi nada e não coloquei nenhum aprendizado em prática, né? Tudo tem sua utilidade, afinal), mas vou colocar em cima dos meus raciocínios e previsões mal sucedidas o meu coração. Meu coração e todos os meus sentimentos, sim, antes do cérebro e dos pensamentos. Não quero viver pensado sempre antes de agir e nem calculando o quanto eu vou me machucar aqui ou acolá. Vou, simples e objetivo, viver a minha vida, e isso inclui, sim, sair se tropeçando por aí, e levantando, e tropeçando, e levantando. E tropeçando. E levantando.

Decidi, também, parar de me preocupar tanto assim com dietas e afins, e revistas de beleza e seus afins, e iogurtes irritantes e seus afins, os iogurtes líquidos, daqueles de garrafa. De que adianta ficar calculando quanto de banha-lateral-no-culote a gente ganhou em uma semana? Essa banha, então, é pior ainda! É aquela banha que TODO MUNDO, sem exceção, tem. E tem coisa mais bonita do que um corpo normal? Humano? Natural da própria vida? Eu que não quero passar o resto da minha pensando em ficar igual a uma Barbie versão gigantesca.

E o que me impressionou bastante, diante disso tudo, é que eu realmente me vi mudando. Andando pra frente. Evoluindo! Sendo pra melhor ou pra pior, é necessário experimentar e tentar coisas novas, isso se já não encontramos aquilo que nos satisfaz. Afinal das contas, a gente só não muda, mesmo, porque inventa desculpas externas que, logo, não podem ser resolvidas por nós mesmos. Somos muito espertos e inimigos da gente. E eu cansei de brincar de bipolar nisso tudo. Chega de Ruth e Raquel “revival” na minha vida! Serei uma das duas, somente. Ou as duas juntas, né? Porque ninguém consegue ser tão babaca quanto a Ruth, e nem tão má quanto a Ruth. Somos o meio-termo. Às vezes mais de uma, às vezes mais de outra, enfim, gente de verdade.

Agora só falta coloca-los em prática, né? Medo dessa parte, medo dessa parte... Nossa, Priscila, mas como você tá gorda, mulher! Toma vergonha nessa cara e entra numa dieta! Toma, além da vergonha, um iogurtezinho light de leve e...

Merda.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu deus ! Seus textos são realmente maravilhosos .